domingo, 9 de março de 2014

Proposta Bilingue para Pessoas com Surdez

A PROPOSTA BILÍNGUE PARA PESSOA COM SURDEZ.

No Brasil tem avançado muito a construção da proposta de Educação Inclusiva nas mais diversas modalidades de deficiências que acometem a nossa população, nas mais variadas fases da vida, muito embora a freqüência escolar não esteja vinculada a idade, é na infância e adolescência que se convenciona freqüentar a escola. A especificidade do atendimento inclusivo fez surgir vinculado ao processo educacional formal o AEE – Atendimento Educacional Especializado.
No AEE a educação de crianças surdas é referenciada na modalidade de atendimento que conjuga o AEE em LIBRAS, o AEE de LIBRAS e o AEE para o ensino da Língua Portuguesa, no intuito de desenvolver o aluno em diferentes direções do conhecimento, sendo importante verificar a forma de trabalho para cada modalidade apresentada, A criança surda numa sociedade de ouvintes é estimulada a desenvolver seus resíduos auditivos, e encorajada a usar a fala para se comunicar, considerando que a língua usual é a verbal.
Segundo FERNANDES - (1990). “O significado social da surdez está ligado à ausência da linguagem comum à maioria, mas não se pode negar características próprias a comunidade surda sob o risco de negar recursos de integração”.
Nessa perspectiva, temos a nível mundial uma população surda que apesar de numerosa não integra formalmente a sociedade cultural.

“O ‘planeta dos surdos’ compreende 130.000.000 de indivíduos em todo mundo. Um contingente silencioso, invisível, que nós ignoramos. Por medo, por desconforto, por conhecimento profundo... O estudo deste mundo proporciona uma reflexão apaixonante sobre os comportamentos, as religiões, as artes, as linguagens. A sua língua gestual é um tesouro da humanidade. Em nossa sociedade. Em nossa sociedade de comunicação, os ouvintes têm tudo a aprender daqueles que falam com seus corpos.” (Jean Grémion).

No Brasil o bilinguismo para o surdo, conjuga a língua de sinais da comunidade surda, ou seja, a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS e a língua oral da comunidade ouvinte a Língua portuguesa. A Proposta Bilíngue não privilegia um língua, mas quer dar direito e condições ao individuo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação, mas de respeito.
Dentro da realidade educacional do Brasil a implantação de um programa bilíngue para indivíduos surdos tendo a língua de sinais como primeira língua e a língua oral como segunda língua, não é simples. A abordagem bilíngue pretende que ambas as línguas a gestual (LIBRAS) e a oral (Português), sejam dominadas pela pessoa com surdez. Porém, o domínio da função da língua escrita é fundamental, já que para o surdo a Língua Portuguesa  se expressa através da escrita.

A política educacional implementada através da escola Inclusiva trabalha numa perspectiva de concretização do bilínguismo, onde as pessoas com surdez possam ser vistas como indivíduos diferentes e não deficientes. A inexistência de uma língua verbal substituída pela língua de sinais comprova a capacidade de aprendizado e nega qualquer limitação que lhes sejam atribuídas.